Faaaala, povo de Deus!
Gostaria de trazer aqui para vocês um texto, de autoria de Dom Henrique Soares da Costa, Bispo Auxiliar de Aracaju/SE, publicado no Blog “Visão Cristã” (http://costa_hs.blog.uol.com.br/) acerca de Deus como a realidade última, o início e o fim, de todas as coisas.
Apresentando temas como Céu, Inferno, Juízo e Purgatório, o prelado identifica todas estas realidades como identificáveis apenas se relacionadas com Deus, ou seja, são conceitos que só podem ser compreendidos em íntima união/relação com Deus e seus propósitos para a humanidade.
Como “alfa e ômega”, Deus permeia toda a existência, sendo, Ele mesmo, pois, a “realidade última” do nosso viver.
Um grande abraço a todos e fiquem com Deus!
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AS REALIDADES ÚLTIMA
Quantas vezes já ouvimos falar de céu, inferno, juízo final, purgatório? Trata-se de realidades sérias, partes essenciais da nossa fé católica, ligadas ao nosso destino mesmo. E, no entanto, nossas ideias sobre elas são superficiais e infantis, na maioria das vezes.
Um dos grandes teólogos do século XX, Hans Urs von Balthasar, refletindo sobre as realidades finais, afirmava: “Deus é o Fim (= Finalidade) último das criaturas: Ele é o céu para quem O alcança, o inferno para quem O perde, o juízo para quem por Ele é examinado, o purgatório para quem é por Ele purificado, e tudo isto no modo em que Ele dirigiu-se ao mundo, isto é, no Seu Filho, Jesus Cristo, que é a possibilidade de revelação de Deus e, portanto, a síntese das coisas últimas”.
O que significa tal afirmação? Que as realidades últimas somente podem ser compreendidas e afirmadas a partir de Deus e Deus como Se revelou em Jesus Cristo, único Caminho para o Mistério. Morte, juízo, inferno, paraíso, não são realidades neutras, estranhas à nossa relação com o Senhor. Elas não podem ser compreensíveis sem uma referência a Deus e ao Seu Cristo.
O que é o céu? Para além de qualquer descrição (que seria insuficiente e até errônea, pois descrevendo, estaríamos falando não da realidade do Além, mas transformaríamos o céu num pobre aquém, num prolongamento do nosso mundo e desta nossa vidinha – e o céu não é isso!) Balthasar nos diz que o céu é Deus – e Deus como Se nos seu em Cristo! O Céu é estar no banquete eterno no qual Deus nos sacia de vida, reclinando a nossa cabeça de peregrinos sobre o seio de Cristo, como o Discípulo Amado na Última Ceia. O céu é Deus: é estar Nele, participar da Sua vida, mergulhar no mar sem fim do Seu coração! – Deus Amado, Escondido e Revelado, Desejado com ânsia, Tu és meu céu, meu refúgio, meu remanso, minha vida, meu descanso e eterna felicidade! Ganhar-Te é viver de verdade, é o gozo da plenitude sem fim e sem limites!
E o inferno? Não poderia jamais ser compreendido sem Deus, sem o infinito amor que Ele nos revelou em Jesus morto e ressuscitado. Se Deus é nossa saudade e nosso repouso, se Deus é nosso destino e nossa plenitude, perdê-Lo é nosso tormento, nossa frustração radical, nossa depressão sem cura, nosso absurdo visceral. Deus é nosso inferno, pois o aconchego do qual temos saudade – aconchego no Seu coração – nós o perderíamos para sempre e veríamos que nossa existência tornara-se absolutamente vazia, absurda, sem sentido. Deus é meu inferno como amor perdido, distante, irremediavelmente frustrado. Não há inferno maior – e não se pode imaginar o quanto tão grande seja! – que ver o Amor e se perceber irremediavelmente excluído Dele; ver a Plenitude e saber-se para sempre longe Dela, conhecer e reconhecer Aquele que é mais íntimo de nós que nós mesmos e sabê-Lo eternamente perdido para nós! Como não se pode imaginar a alegria do céu, tampouco se pode imaginar a frustração danada do inferno…
Deus é também nosso juízo. No Seu Filho pleno do Santo Espírito de Amor, fogo que ilumina, purifica e transfigura, nós veremos o que fomos, o que somos. Por aqui, por este mundo, mais das vezes nos vemos na nossa própria luz, segundo nossos próprios critérios. Mas, no Dia de Cristo, ver-nos-emos na Sua luz (e esta luz é o Espírito Santo): “Na Tua luz veremos a luz!” É Cristo morto e ressuscitado o critério da verdade e da mentira, do bem e do mal, da vida e da morte. Veremos, então, como somos vistos por Deus, ver-nos-emos na nossa verdade – e a nossa verdade é o modo como Deus nos vê!
E o purgatório? Balthasar insiste: é Deus! Deus é nosso purgatório, pois no Fogo devorador, que é o Espírito do Seu Filho Jesus, nos purifica, queimando amorosamente a escória dos nossos pecados no abrasamento apaixonado da Sua caridade, libertando-nos daquelas pequenas impurezas das quais não tivemos a coragem de nos libertar nos dias desta vida. Deus é nosso purgatório, pois no Santo Espírito de Jesus arremata a obra iniciada em nós nesta vida!
Pensemos, pois: Deus é nosso tudo, nossa Origem e nosso Destino. E tudo isto Ele é em Jesus Cristo, o Filho amado, através de quem e para quem o Pai tudo criou na potência do Espírito… É este o sentido profundo da meditação cristã sobre as coisas últimas. Todas as imagens que usamos e que o imaginário popular utiliza são para ilustrar esta realidade tão profunda e tão consoladora…
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